22 abril 2012

29ª Jornada - Restauradores Vs CD Boavista


Com o tempo, nós (treinadores) vamos adquirindo algo tão precioso como a capacidade de ler o balneário. Para quem não vive o fenómeno pode até achar estranho mas há sinais subtis que ajudam, e muito, a compreender o estado d’alma do grupo.
Nestas idades temos a “obrigação” de moldar o atleta de forma a encarar desafios, com consciência e responsabilidade, contudo a imaturidade da idade permite sentimentos tão antagónicos como derrotas antecipadas ou vitorias antecipadas.
E hoje ainda estávamos a entrar no balneário e já se sentia que o grupo vivia uma “vitória antecipada”. Apesar dos constantes apelos fomos displicentes, fomos arrogantes e principalmente faltamos ao respeito a todos os nossos adeptos. A bem da verdade não isso que ensinamos, não é isso que queremos.
A primeira parte fica definida com dois adjetivos: ignorância, descontração.
Ignorância – Esquecemos que o futsal é um jogo coletivo, caímos no exagero de ações individuais culminadas repetitivamente em perdas de bola ou remates sem qualquer direção definida; esquecemos do que constantemente temos vindo a falar nos treinos “jogo de espectativas”; esquecemos que para vencermos temos de correr mais do que o adversário, temos de suar mais do que o adversário e principalmente temos de aplicar ao jogo inteligência; esquecemos ou ignoramos o que temos treinado.
Descontração – Entramos no jogo relaxados. Podia chover ou fazer sol que estava tudo bem. A bola corria e isso por si só já era motivo mais do que suficiente para se estar em PAZ com a nossa individualidade.
Sofremos, com toda a justiça do mundo, um golo que parte de um erro (Tem que existir erros para haver golos, mas há erros e erros!) de marcação.
O nosso adversário galvanizou-se, pressionou e mostrou-nos que estava ali para discutir o resultado e não passear.
O que se passou no balneário ficará para nós, mas parece-me que surtiu efeito, porque entramos na segunda parte com outra predisposição, com outro empenho.
Se eu disser que fizemos um jogo brilhante estou a mentir, fizemos um jogo sofrível até ao momento em que conquistamos o terceiro golo.
A nossa segunda ficou marcada pelo empenho de todos, mas tenho de registar três a atuação de três jogadores: Tiago, Luis e do nosso “Pincel”.
O Tiago porque transmite uma tranquilidade e uma segurança que faz a diferença nos momentos mais difíceis. Ontem e fruto de uma aposta nossa marcou um golo e mandou uma bola a trave. Fico feliz por ver a evolução de um jogador que definitivamente nasceu para o futsal.
O Luis é as quatro estações do ano numa só pessoa. Há dias que parece o Outosno – esta tudo bem mas as nuvens deixam-no apático e distante, noutros dias parece o Inverno – só mau tempo, tempestades em cima de tempestades, e muitas trombas d’agua, ontem começou por ser Primavera – tudo bem mas “calma”, polgar para cima e “Peace and Love”, felizmente para nós terminou no Verão – o sol batia-lhe o rosto, aquecia-o, energizava-o e assim permitiu-lhe ajudar a equipa. Este “teimoso” podia deixar fluir mais o sol interior dele, para bem dele e nosso.
O Francisco, que tão carinhosamente, chamamos de “Pincel” é a par do Gonçalo a imagem do nosso futuro. O nosso “Pincel” é RESTAURADORES. É excelente sentir que ontem compartilhamos com ele o primeiro golo dele em competições oficiais. Hoje escrevo três linhas sobre tí mas sei que num futuro próximo escreveram muitas mais.
Em suma, vencemos. Definitivamente acredito, ou melhor quero acreditar que a lição do jogo de ontem ficará para sempre nas nossas memórias.
Na minha ficou!… No que diz respeito aos garotos eu bem gostaria mas tenho serias duvidas.

José Teixeira

2 comentários:

  1. Não gosto desse nome "pincel" não é o nome, o primeiro nome é Francisco ou Kiko desculpe a observação. Boa semana

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  2. Compreendo... mas alcunha "Pincel" é tão carinhosa que a adoptei e garanto que não sou o autor dela.
    Sinceramente não sei a origem dela, mas temos de concordar que a presença dele é uma pincelada de alegria nas nossas vidas.
    Não se zangue comigo, nem com o grupo, porque é com muita ternura que o tratamos assim.

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