28 dezembro 2009

Deixem-me Desabafar!

Lembro-me que num dos primeiros jogos que fizemos, “caí” em cima do homem do apito, porque achei que estaríamos a ser prejudicados por uma arbitragem tendencial. Logo houve quem me condenasse por tal exaltação, aconselhando-me a substituir as palavras de revolta dirigidas ao árbitro por palavras de incentivo aos nossos jogadores. Aceitei a critica e nunca mais me indignei contra os homens de negro, mesmo quando estes ignoram penalties evidentes, como aconteceu contra o Areal (Provavelmente ofuscados pelo azul-bebé dos calções). Passei a fazer as minhas investidas sobre os adversários e num determinado jogo em Moreira da Maia, manifestei minha opinião sobre a falta de desportivismo da claque oposta. Mais uma vez fui aconselhado, agora por um prestigiado treinador, a ignorar os comentários que vinham do outro lado. Finalmente, esta semana, ao proferir um desabafo para a nossa equipa técnica, desencadeei de tal forma um motim, que o Fábio, espicaçado pelas minhas palavras, contrariou o habitual e até foi o primeiro treinador do blogue a comentar as incidências do jogo.
Ora, pergunto eu, se não se pode reclamar com os árbitros, não se pode discutir com a claque adversária nem se pode descarregar nos nossos treinadores, o que faz um hooligan com eu na bancada?!
Agora um bocadinho mais a sério e querer alimentar guerras com o Fábio, até porque é um jovem de quem gosto imenso, tenho que pública e directamente deixar-lhe aqui um esclarecimento:
As minhas palavras (calai-vos um bocado, agora!) imediatamente a seguir ao golo do empate, nunca pretenderam ofender nem desrespeitar-te, mas alertar para um comportamento que na minha opinião começa a tornar-se um (mau) hábito dos treinadores e que nada têm a ver com a tua/vossa personalidade. Refiro-me aos constantes berros desmotivadores e enervantes que ambos têm com os atletas, conforme já alertou num comentário, o meu amigo Paulo Duque. Posso ir mais longe e referenciar um triste momento no jogo do Torrão, quando atiraste deliberadamente o colete contra um atleta teu, só porque demorou a sair substituído. Berraste e ameaçaste o miúdo que não jogava mais! Não tiveste o discernimento necessário para perceberes que nessa situação quem errou até foste tu, pois nunca se deve fazer uma substituição quando estamos a defender!
Os miúdos adoram trabalhar contigo e eu fico feliz por isso, mas já reparei que eles entram no recinto demasiado nervosos e receosamente preocupados em olhar para o banco depois de cada jogada e isso está a reflectir-se no decréscimo de rendimento nos últimos jogos. E o espelho disso até contraria a tua análise ao jogo: O Diogo, um dos nossos melhores jogadores, nervoso, falhou passes e perdeu muitas vezes a bola, coisa rara neste atleta! Outro jogador admirável, o levezinho Daniel, já não vai para o um a um como ia no inicio do campeonato, demasiado receoso de falhar e ouvir repreensões. Este é o estado de espírito de todos os miúdos.
Concluindo, afirmo com toda a humildade que considero brilhante o trabalho técnico-táctico que tu e o Fafiães têm desenvolvido! Já o mesmo não posso dizer da função pedagógica!
Independentemente disso, o que disse no Domingo não foi reincidente e não justificava de forma alguma as ameaças que ambos fizeram relativamente ao abandono da equipa! Considero-vos excelentes treinadores e como tal, devem aprender a lidar com as palavras proferidas da bancada, venham elas de quem vierem. Admiro-vos bastante e para mim seria uma desilusão começar a desconfiar que os treinadores do meu clube amado se consideram “intocáveis”…
By Rui Guimarães

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